Um dia depois da inundação causada pela cheia do Rio Maranguapinho, em Fortaleza, moradores do bairro Genibaú tentam retomar a rotina. Muitos perderam móveis após ter a casa invadida pela água do rio que transbordou com as chuvas da última segunda-feira (13), causando enchentes. Especialistas discutem como evitar o problema da inundação das casas pelo Rio Maranguapinho.
Para o professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), Newton Becker, as obras de microdrenagem podem ajudar os impactos nas regiões mais propensas a inundações.
“Isso tende a mitigar esses problemas maiores, mas isso é uma questão que precisa de um tempo maior de planejamento e de uma vontade para que as soluções que já estão sendo postas, soluções baseadas na natureza que ainda estão na fase de experimentação que elas comecem já a ser incorporadas no planejamento e na construção da cidade desde já porque isso é urgente”, afirma.
Como as nascentes dos rios que cruzam Fortaleza estão localizadas na Região Metropolitana, o especialista defende a criação de um plano preventivo que não se restrinja apenas à participação da Capital.
“A divisão administrativa não é a divisão hídrica, então esses limites ensejam que haja uma colaboração para mitigação e abordagem dos problemas principalmente nessa escala mais macro. Eu não vou resolver o problemas da água só com medidas infraestruturais, eu preciso pensar em cultura, em sociedade, questões de gênero e raça então isso tudo precisa ser entendido como parte do problema”, complementa o professor.
Projeto de Revitalização do Rio Maranguapinho
A Secretaria das Cidades informou que o Projeto de Revitalização do Rio Maranguapinho constitui-se de uma combinação de intervenções que visam a demarcação, proteção e recuperação sócio-ambiental da Área de Proteção Permanente (APP) do rio. Onde foram retiradas famílias e reassentadas em melhores condições de habitabilidade, e assim, deixando livre a faixa de proteção do rio.
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Nas proximidades da Rua Nossa Senhora Aparecida, no bairro Genibaú, já foram executadas obras de drenagens efetivas, pois estavam na área de intervenção do Projeto do estado. Porém, a pasta informa que tal intervenção não contempla o grande entorno do rio, havendo a necessidade de mais obras de drenagens pelos municípios do estado, que extrapolam a faixa de proteção do rio.
Já na rua Verona, no município de Caucaia, o ponto de alagamento detectado depois da forte chuva de 110 mm, em 3 horas, extravasou de um canal que vem do Conjunto Ceará, que fica paralelo a esta rua (pela margem esquerda) e que é um afluente direto do Rio Ceará. Não havendo, portanto, relação com o Projeto Maranguapinho, que está distante, quase 1km dessa área atingida.
A equipe social e a equipe técnica do Projeto salientam constantemente a importância da conscientização da população para não jogar lixo no rio e no seu entorno, bem como nas ruas e bueiros, à fim de evitarmos problemas graves como estes.
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O projeto de revitalização do Rio Maranguapinho, iniciado efetivamente com a execução de obras em 2009 prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC1), e em 2015 (PAC2), com investimento de R$ 506.032.778,38, continua em execução com ações de urbanização e melhorias das condições de habitabilidade da população sendo executadas. Esse Projeto é considerado a maior obra de intervenção urbana prevista no Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal.
Essa obra de instalação de gradis, tem o propósito de determinar fisicamente e proteger a Área de Preservação Permanente (APP) do rio. Suas ações são voltadas à limpeza do rio e campanhas de conscientização para a preservação do local, nas quais a equipe social do Projeto está promovendo a distribuição de panfletos 100% biodegradáveis, produzidos com papel semente (de margaridas), a fim de sensibilizar a população local a não jogar lixo no entorno do rio e a fazer parte desse processo de forma positiva, plantando as sementes.
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Fonte: gcmais.com.br