Na última reportagem da Série Povos Originários, o Jornal da Cidade exibiu a história de um dos principais povos indígenas do interior do Nordeste que no Sul do Ceará que dá nome a uma região. A origem do termo Kariri é incerta assim como o significado. Mesmo definido como um povo guerreiro e valente, os índios Kariris foram silenciados desde o período da colonização. Foram séculos de invisibilidade até que nos últimos anos lideranças indígenas tem realizado um movimento de resgate das origens.
“A gente tem esse processo dos povos se levantando, as comunidades se organizando e o povo Kariri vem nessa luta, nesse levante aqui no Cariri cearense com os parentes Kariri do Crato, de Brejo Santo e nós aqui do Juazeiro, na Serra do Catolé”, disse Joedson Kariri, pesquisador indígena
Atualmente sete aldeias fazem parte da Associação dos Povos Indígenas Kariri. A comunidade de Poço Dantas na zona rural de Crato. Foi a primeira a se organizar e inspirar outros povoados. “Começamos esse movimento, essa grande circularidade, de nos entendermos, de levantar as nossas histórias, nossos antepassados, as ancestralidades”, afirma a liderança indígena, Vanda Kariri
O professor Manoel Leandro faz parte da comunidade Chico Gomes em Crato. Das quase 50 famílias da localidade, menos de 10 se reconhecem como indígenas. Ele aposta no resgate cultural como instrumento de aceitação. “A gente foi percebendo vários elementos da cultura indígena no nosso meio, no nosso jeito, no nosso fazer, no jeito de lidar com a terra, com o meio ambiente, muitas memórias, na alimentação, de encantamento”, esclarece o professor Manoel Leandro do Nascimento.
A mistura de cultura e religiosidade é uma das principais características do povo Kariri. O catolicismo popular, marcado pela devoção ao Padre Cícero, foi incorporado pelas religiões indígenas. “Dentro do território tem muitos troncos velhos que tem rogação por ele, que ele já passou pelo nosso aldeamenteo quando ele fazia o território do Crato para o Caldeirão, então é uma terra que conta com a benção dos nossos ancestrais”, diz Vitor Kariri, liderança indígena do local.
A mestre da Cultura Popular, Maria Izabel é uma das responsáveis pela Casa de Mãe Dodô, espaço que acolhe romeiros, a maioria indígenas que visitam Juazeiro do Norte. Pernambucana do povo Kapinawá que faz parte da nação Kariri, ela mantém viva a tradição do toré. A manifestação religiosa e também cultural é cantada na língua portuguesa e na linguagem espiritual indígena. “Uns vinham a pé, outros a cavalo. Um animal com a comida e o povo tudo a pé no meio das matas. O ritual na aldeia começa de 9h30 da manhã para findar quase 5h da manhã”, detalha ela sobre o ritual.
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Fonte: gcmais.com.br
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