Nos primeiros cinco meses de 2024, o Ceará apreendeu duas toneladas de entorpecentes, representando quase metade do total de droga retida no estado em todo o ano de 2023. Com uma posição geográfica estratégica que facilita o tráfico de drogas, o estado tem intensificado o combate a esses crimes, especialmente no tráfico de entorpecentes.

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Em 2023, as forças de segurança do Ceará apreenderam mais de quatro toneladas de drogas. Este ano, até maio, foram pouco mais de duas toneladas. Entre janeiro e maio de 2023, foram apreendidos 2.319 quilos de drogas, enquanto no mesmo período de 2024 foram 2.148 quilos, incluindo 767 quilos de cocaína, uma quantidade superior ao mesmo período do ano passado.

As apreensões de crack diminuíram, com 64 quilos apreendidos em 2024 contra 140 quilos no mesmo período de 2023. Já os derivados de cannabis somaram 1.315 quilos apreendidos em 2024, em comparação com 1.800 quilos no ano anterior.

Nas rodovias federais, o volume de drogas apreendidas aumentou significativamente. No primeiro semestre de 2024, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu mais de 1.700 quilos de entorpecentes, mais que o dobro dos 794 quilos apreendidos em todo o ano passado. O número de prisões também quase supera o total de 2023, com 42 pessoas presas por tráfico até agora, em comparação com 47 prisões no ano passado.

Diohene Lourenço, Policial Rodoviário Federal, destacou que “além das operações integradas, a inclusão do grupo de operações caninas e o uso de tecnologia avançada pelo serviço de inteligência da PRF contribuíram para esses resultados. A fiscalização contínua nas rodovias e a experiência dos policiais são fatores essenciais no combate ao tráfico.”

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A posição do Ceará como um entreposto estratégico para o tráfico de drogas, com Fortaleza sendo um ponto de distribuição para a Europa e outras regiões, continua sendo um desafio. As drogas chegam em grandes quantidades à capital e depois são distribuídas de forma fracionada para o interior e litoral do estado.

Geovani Jacó, sociólogo, ressalta que “não é uma questão moral, é uma questão econômica. Os mercados se sofisticam, se ampliam, e os agentes que atuam nesse mercado, sobretudo o crime organizado, as facções, ampliam-se na sua organização e atuam localmente, mas orientados por uma dinâmica econômica de mercado que se estende além do local. Então, é nacional e, sobretudo, é transnacional.”