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Garçom que matou vereador a facadas teria agido em reação a assédio moral no trabalho

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Garçom que matou vereador a facadas teria agido em reação a assédio moral no trabalho

Antônio Charlan Rocha Souza, de 34 anos, trabalhava como garçom em um restaurante na orla do município de Camocim, no litoral leste do Ceará, quando decidiu atacar quatro pessoas a facadas no local – incluindo o vereador César Araujo Veras (PSB). O caso aconteceu em 28 de abril deste ano.

Conforme informou ao Metrópoles o delegado Eduardo Rocha, responsável pela investigação do caso, o acusado de cometer o crime pode ter agido em reação a assédio moral sofrido por ele no trabalho. A hipótese investigada é a de que ele queria atingir pessoas ligadas a Euclides Oliveira Neto, dono do estabelecimento comercial e patrão de Antônio Charlan. O proprietário também foi um dos esfaqueados durante o ataque.

O parlamentar assassinado não tinha ligação com o acusado – apesar de ter sido atacado poucos instantes após chegar ao restaurante. Ele era, no entanto, amigo do proprietário do estabelecimento, assim como as outras vítimas atingidas.

O delegado conta que um elemento que chamou a atenção durante a investigação é que no aparelho celular do suspeito não foram encontrados sinais de crime político, comunicação com mandantes ou indícios semelhantes. Foram encontrados, no entanto, vários registros de buscas na internet sobre assédio moral no trabalho.

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O crime

César Araujo Veras, que tinha 52 anos, foi morto em 28 de abril em um restaurante na orla de Camocim. Ele havia acabado de chegar ao local, quando foi atacado pelas costas com um golpe de facada no pescoço. Em seguida, o garçom Antônio Charlan Rocha Souza, de 34 anos, atacou o dono do restaurante, Euclides Oliveira Neto, de 56 anos, e outro cliente, Fábio Roberto de Castro, de 55 anos. Após o crime, o homem fugiu do local correndo, mas foi capturado no mesmo dia pelas forças de segurança.

Os socorros foram acionados imediatamente e as vítimas foram levadas às pressas para unidades de saúde próximas. César Veras foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.

Após a captura, Antônio Charlan Rocha Sousa, garçom suspeito de matar o vereador César Veras, afirmou que estava sendo perseguido. “Queria sequestrar minha filha para vender para fora. Tem muita gente no meio envolvidos, é muito forte, é muito grande, é muito grande”, comentou.

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Contestação

Apesar da direção em que a investigação caminha, há autoridades que contestam a motivação. Na última semana, o vereador Emanoel Vieira (PDT), presidente da Câmara Municipal de Camocim, disse em pronunciamento no plenário que o colega foi deliberadamente assassinado e “não houve surto”.

“Eu vi a cronologia das câmeras, não as imagens que divulgaram na internet, na hora do crime, vi o antes. E foi um assassinato, ele foi assassinado, e vamos cobrar a Justiça”, pontuou, dizendo ainda que deixou todos os advogados da Câmara Municipal à disposição para tratar do caso.

Ele pontuou ainda, na ocasião, que houve interferência nas investigações da polícia sobre o assassinato. “Vereadores, pasmem, porque teve gente que dificultou o trabalho da polícia. Tudo isso vai ser apurado, eu não estou acusando ninguém, mas estou dizendo o que tem conhecido, diante dos inquéritos, diante das investigações.”

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Quem foi César Araújo Veras

O parlamentar tinha 52 anos e possuía quatro mandatos no Legislativo do município. A primeira vez que foi eleito, em 2004, foi como membro do Partido Popular Socialista (PPS), o atual Cidadania, sua primeira sigla. Ele esteve na cadeira de 2005 a 2008. Na eleição seguinte, não concorreu e, somente em 2013, retornou ao Parlamento local para sua segunda participação, desta vez pelo Solidariedade.

A eleição para vereador se repetiu em 2020, também pelo PDT. No final do ano, ele completaria o quarto ano na Casa Legislativa. O parlamentar era pré-candidato na cidade, agora filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), para onde migrou no início de abril, durante a janela partidária.

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Em duas ocasiões distintas, em 2015 e 2017 e depois, entre 2017 e 2019, o político foi o líder da União de Vereadores do Ceará (UVC), entidade que representa a classe política de legisladores municipais. Pela condução da instituição, foi nomeado como presidente de honra, função que exercia até os dias atuais.

César Veras, na legislatura atual, era o líder do governo da prefeita Betinha (PSB) na Câmara Municipal de Camocim. O vereador, graduado em Administração, era casado e deixou três filhos. Sua carreira profissional fora do âmbito público era voltada para a administração de empresas. Ele também atuava como corredor.

Fonte: gcmais.com.br